sexta-feira, 28 de agosto de 2009


Entre um ou outro assunto comentado aqui, me veio a idéia de postar algumas palavras e ensinamentos dos maiores sábios e psicólogos da Umbanda que eu professo e conheço: Os Pretos Velhos. Ao contrário do que se propõe nos outros textos aqui publicados, esta série deverá surtir apenas o efeito reflexivo interior. Cada um absorva, entenda e faça destes conselhos o que melhor lhe convir...

“(...) meu filho, o maior erro de vocês aqui na Terra é SABER como fazer as coisas, mas na hora de fazer, agir como se não soubessem. O problema às vezes não está em saber mais ou em fazer mais 'aprendedor' das coisas. O problema está em FAZER CERTO o que vocês JÁ sabem.”
Pai Joaquim de Mina (Marcelo)

A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (4): GRÉCIA


“A alma, presa ora nesta criatura, ora naquela, assim percorre uma ronda ordenada pela necessidade”. - Pitágoras

Ao contrário do que existe em relação à China e Japão, como vimos anteriormente, não existem dúvidas quanto à existência do conceito de reencarnação entre os gregos. A maioria dos estudiosos dá conta que a doutrina chegou à Grécia vinda do Egito, tendo sido introduzida por Pitágoras, que foi seguido por Sócrates, Platão Apolônio, Empédocles e outros grandes filósofos e pensadores até hoje reconhecidos.

Pitágoras (569-470 a.C.) era categórico ao ensinar que a vida em um corpo humano, na carne, era apenas uma das etapas de um caminho bastante longo visando à evolução da alma. Entendia que era possível aos encarnados mais evoluídos lembrarem-se de passagens de suas vidas anteriores, e acreditando ele próprio ter esse dom, costumava narrar passagens de suas quatro vidas precedentes aos seus discípulos, ajudando também através de métodos próprios a quem quisesse se lembrar de suas reencarnações anteriores. Ou seja, foi ele o percussor da famosa “terapia de vidas passadas”.


Alguns historiadores, porém, afirmam que na verdade a reencarnação professada por Pitágoras estaria mais de acordo com a noção de transmigração das almas, tida por alguns como uma crença mais primitiva que aceitava a reencarnação no corpo de animais. Seria uma influência do orfismo (de Orfeu), originada da Trácia e uma religião essencialmente esotérica. Nela, seus seguidores acreditavam na imortalidade da alma, ou seja, enquanto o corpo se degenerava, a alma migrava para outro corpo, por várias vezes, a fim de efetivar a purificação ou evolução. O deus Dioniso guiaria este ciclo de reencarnações, podendo ajudar o homem a libertar-se dele. Pitágoras, embora acreditasse na transmigração da alma, seguia uma doutrina um pouco diferente. Teria chegado à concepção de que todas as coisas são números e o processo de libertação da alma seria resultante de um esforço de evolução basicamente intelectual.

A título de curiosidade, aos bons entendedores, vale contar que os pitagóricos estudaram e demonstraram várias propriedades dos números figurados. Entre estes o mais importante era o número triangular 10, chamado pelos pitagóricos de tetraktys, tétrada em português. Este número era visto como um número místico uma vez que continha os quatro elementos fogo, água, ar e terra: 10=1 + 2 + 3 + 4, e servia de representação para a completude do todo.
(Confira atentamente o desenho que ilustra esta postagem)
A tétrada, que os pitagóricos desenhavam com um α em cima, dois abaixo deste, depois três e por fim quatro na base, era um dos simbolos principais do seu conhecimento avançado das realidades teóricas. Representação toda perfeita em si de qualquer um dos lados que se observe.

A seguir: A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (5): ÍNDIA.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (3): CHINA, JAPÃO E O EXTREMO ORIENTE


A maioria dos pesquisadores e historiadores não relata o conceito de reencarnação no extremo oriente, ainda que, evidentemente eles tivessem desenvolvido o conceito de vida após a morte. Mas esta não é uma unanimidade. Existe quem defenda a existência da noção de reencarnação em épocas bastante remotas na China. Mesmo no Japão, onde o xintoísmo pode ser considerado a única religião exclusivamente japonesa – o budismo só teria chegado muito depois - o conceito de adoração a espíritos e o culto aos antepassados é muito forte.

O termo “xin-tao” quer dizer “caminho dos deuses”, e o xintoísmo baseia-se numa mitologia panteísta com inúmeras divindades que atribuem valor sagrado a todos os elementos da natureza. Na verdade tudo no universo é divino para essa concepção, sendo interligado e interdependente de forma que não só os seres vivos, mas o vento e a água, as pedras, a montanha, e todos os níveis invisíveis da natureza, coexistem em harmonia tendo se originado da mesma fonte. É impossível não pensar no nosso culto aos Orixás quando vemos o Xintoísmo desta forma, mas um estudo aprofundado revela também uma mitologia muito rica e intrigante, com lendas de deuses encarnados e a constante busca humana por um caminho de luz. Segundo a crença xintô, existe o grande Kami – a natureza, a origem de tudo, o absoluto, o princípio fundamental – e dele saíram os diversos kami – vias de luz, divindades, espíritos sagrados. E claro, existem os seres humanos. Os seres humanos através de seus méritos próprios seriam capazes de incorporar o grande Kami e atingir a “via”, tornando assim o ser humano, a via e o Absoluto, um só. De qualquer forma, a pureza ou a luz é o que as pessoas devem almejar, mas esta só será encontrada quando em seu “estado puro”. A vida na impureza conduz a desgraça e ao sofrimento, atraí espíritos malignos e gera repúdia dos deuses. Somente a honra e a retidão dos atos trarão a purificação. Vale lembrar que no xintoísmo não existe o conceito católico da danação eterna, pois a vida continua no mundo extra-físico, como aconteceu com os antigos deuses, e haverá sempre uma chance de reabilitação.

Já na China antiga o conceito de reencarnação é mais aceito. Com autoria atribuída a Lao-Tse, no século 6 a.C., o texto Tao-Te-King, contém noções que já faziam parte da cultura chinesa há milhares de anos. Nele, consta que não é possível ignorar que o verdadeiro “eu” é imortal e que huen (alma) retornaria ao Tao – o princípio universal, a atividade criadora do universo, o Tudo, o equivalente para nós umbandistas a Zambi – após a morte. A tradução do texto é bastante controversa, desde o seu título que segundo estudiosos quer dizer: “Livro da Lei Universal e da Sua Ação”, ou “Livro do Ser Supremo e do Bem Supremo”, segundo outros. De qualquer forma, muitos afirmam também que huen (alma) permaneceria em sua existência individual, passando por diversas encarnações, precisando completar um ciclo de experiências ou de vidas antes de retornar ao Tao. De certo mesmo, é que os chineses acreditavam sim que existia vida após a morte e também que cada ser humano possuía duas almas: a alma “material” chamada de p’o e a alma “espiritual”, chamada de huen, que só surgia na pessoa após o seu nascimento. Um conceito muito semelhante ao do perispírito e espírito trazido por Kardec.

A seguir: A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (4): GRÉCIA.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (2): EGITO E ORIENTE MÉDIO


“Os homens não vivem somente uma vez, partindo em seguida para sempre. Eles vivem numerosas vezes e em numerosos lugares, embora não seja sempre neste mundo. Entre duas vidas, há um véu de obscuridade. A porta abrir-se-á no fim e nos mostrará todas as câmaras que nossos passos atravessaram desde o começo.”
Do Papiro de Anana, Vizir e Escriba do Faraó Sethi II (1320 a.c.)


Nos dias de hoje, ainda é difícil determinar o momento histórico exato em que a crença na reencarnação surgiu. Embora alguns estudiosos queiram fazer crer que ela já fazia parte de uma ciência desenvolvida na Atlântida, milhares de anos antes das pirâmides serem planejadas, é no Egito antigo que nove entre dez pesquisadores do ocultismo e espiritismo em geral encontram os relatos mais antigos a esse respeito. Em 3.000 a.C. os egípcios já diziam que, antes de ter nascido, a criança já havia vivido antes, uma vez que a morte não significa o fim. Na antiga Mesopotâmia, berço da civilização 6.000 anos a.C., a reencarnação embora não fosse um conceito explícito, era também, sem dúvida nenhuma um princípio fundamental nos mitos e lendas sumérias.

Os mesopotâmicos acreditavam no “Eterno Retorno”, um conceito que talvez não possa ser exatamente o que hoje entendemos como reencarnação, mas que se aproxima dele. Em primeiro lugar, as “Descidas à Mansão dos Mortos” são um tema constante na cultura Mesopotâmica, e todas, sem exceção, tratam do triunfo do espírito sobre o desejo, atos errados ou culpa, assim como a ascensão às “Grandes Alturas”, outro mito recorrente nas lendas sumérias. Em “As Cartas Fenícias”, temos um relato real de um mestre ao seu discípulo iniciado nas Tradições, um príncipe-sacerdote, por um período de dois anos. Nelas, a visão da Tradição Mesopotâmica se assemelha, em muito, com a própria visão Umbandista da reencarnação, embora de forma bastante metafórica. Vamos ver o que o Mestre explica para seu discípulo sobre reencarnação: “Sabei, oh Príncipe que a morte é a fonte da vida, a vida a causa da morte". E sobre o que acontece quando se morre: “Ele então irá lutar na Mansão dos Mortos as batalhes que ele não venceu, pois diz-se que quando morre um indivíduo, tudo o que esta pessoa fez ser-lhe-á apresentado, para ver se ele/ela se arrependem ou não de suas ações. Se ele lamentar e sofrer pelas ações que não pôde realizar ou nas quais falhou em executar, então este é um peso que ele deve carregar na sua próxima [vida]. Aqui está um relato de justiça: os assessores do inferno farão descer sobre cada homem seus crimes, seus amores e ódios, sendo que tal indivíduo será atraído pelos mesmos eventos, sem parar, até que as ações de sua vida não mais estejam manchadas".
Não seria parecido com isso o período logo após o desencarne, segundo aprendemos com nossas entidades? Onde cada um de nós se veria diante da própria consciência, palmilhando nossos próprios atos e pensamentos na encarnação anterior e ainda mais além? E o mestre mesopotâmico ensina mais: “Esta pessoa deverá encontrar os demônios que ela mesma criou, deve lutar as batalhas que ocorreram dentro de si mesma a cada dia. Isto é justiça: entre cada respiração, ele deverá ver o julgamento que será passado por sobre ele. Apenas coragem e perseverança na verdade e na visão interior são as armas desta pessoa lá".

Já os egípcios, acreditavam numa vida além-túmulo de forma mais explícita e organizada. Falavam sobre o mundo chamado Amenti, no qual os mortos deveriam exercer funções e levar uma existência bastante parecida com a que tinham em vida. A tradição afirmava que, às vezes, a alma regressava ao seu túmulo, ao seu corpo mumificado, e o Ka era o veículo por meio da qual a alma, Ba, regressava ao corpo. Hoje em dia, o Ka é definido como uma espécie de “duplo” do corpo humano, identificado por alguns espíritas como “corpo astral”. Existem também relatos de reencarnação em outros corpos ou até mesmo em animais. O próprio Osíris, um deus egípcio que depois de ter sido morto e esquartejado por seu irmão Seth, teria subido aos céus e depois reencarnado. Segundo o famoso “Livro dos Mortos” da tradição egípcia, seria Osíris o juiz que decidiria, em seu tribunal, se o recém-morto deveria sofrer ou não em sua próxima vida, de acordo com seus atos na vida anterior. Vale lembrar que a crença egípcia na reencarnação nunca foi popular, sendo em grande parte restrita apenas a sacerdotes iniciados nos ensinamentos esotéricos. O “Papiro de Anana”, descoberta arqueológica que teria sido escrita por volta de 1.320 a.C. e cuja citação inicia este artigo, é mais um indício que os antigos egípcios acreditavam fortemente na reencarnação e na imortalidade da alma.

A seguir: A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (3): CHINA, JAPÃO E O EXTREMO ORIENTE.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (1): INTRODUÇÃO


Minha querida prima e irmã no santo, Cacau, fez um comentário muito bonito na primeira postagem deste blog dizendo que quando descobriu a própria alma, se encontrou. Bonito demais isso! Ela diz também que nunca entendeu quem não acredita em alguma coisa além da morte. A vida fica sem sentido. E é exatamente quando resolve ir atrás desse sentido que o homem se volta para Deus, para algo maior e além dele próprio. Ao contrário do que muita gente possa imaginar, pesquisas dão conta que 2/3 da população mundial acredita na reencarnação. No Brasil, graças à profunda penetração dos cultos afro-brasileiros e da doutrina espírita de Kardec, é bem provável que esse número seja ainda maior.

Ainda que a definição de “reencarnação” ganhe nesta pluralidade de culturas e regiões mundiais muitas variações, basicamente é tida como a crença na sobrevivência do espírito (ou alma) humano após a morte do corpo material. O chamado desencarne. E seguida por uma passagem por um ambiente astral (ou espiritual), o seu retorno à crosta terrestre, a orbe que habitamos ou alguma outra em alguns casos, em um novo corpo físico. A reencarnação propriamente dita.

Enquanto o espírito se encontra no ambiente astral, ele toma conhecimento de suas ações e pensamentos ao longo da vida terrena, sabendo de suas encarnações anteriores, seus erros e acertos e se preparando para voltar e começar tudo outra vez, até que a soma dos seus acertos seja significantemente maior que a dos seus erros (carma e darma ou causa e feito). Esta é a visão resumida de como a Umbanda enxerga o processo de reencarnação. Considerada uma das crenças mais antigas do planeta, o legal mesmo é quando a gente descobre que quase todas as outras religiões do mundo, de uma forma mais explícita ou meramente metafórica, concordam com essa visão.

E é exatamente para gerar um pouquinho dessa polêmica e dar aos nossos irmãos e leitores mais conhecimento sobre este assunto que nós vamos publicar, a partir de hoje, uma rápida visão da reencarnação em outras religiões. Vale lembrar, que não temos aqui a pretensão de fazer um guia ou um tratado completo. Ao contrário, queremos apenas indicar o caminho para futuras pesquisas a quem se interessar pelo assunto. E para se fazer justiça, é bom também que se diga que todo pesquisador costuma defender as idéias em que acredita, de modo que o que se lerá aqui, será escrito sob a ótica umbandista, religião, aliás, a qual se propõe discutir este blog.

“Boa viagem” me parece mais do que apropriado para quem iniciar essa leitura...

A seguir: A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (2): EGITO E ORIENTE MÉDIO

terça-feira, 4 de agosto de 2009

QUAL O CAMINHO CERTO?


“Eu fui a Bahia, fui pedir ao Senhor do Bonfim,
Que ele me ajudasse, a seguir na Umbanda meu caminho até o fim...”


Meu irmão no santo, Marcelo Oliveira, fez um comentário muito bonito a respeito do texto de abertura publicado neste blog. Afirmando a sua fé e o seu amor pela religião que abraçou, ele não deixa de se indagar que, se ele tivesse nascido em outra cultura ou país, se sua escolha não seria outra? Lógico Marcelão, que essa é uma questão profunda, filosófica e social. Eu, particularmente, não acredito que alguém “escolhe” o caminho da Umbanda. Ao contrário, acho que a Umbanda nos “escolhe”. Assim como a Umbanda “escolheu” por renascer no Brasil e não em nenhum outro país mais ou menos desenvolvido. Há o livre arbítrio, claro que há! Mas no fundo, a escolha do caminho nem importa tanto. o que vale é como esse caminho transforma você. Recebi um e-mail do nosso irmão Carlinhos Cambono que ilustra bem isso. Ele retrataria – digo retrataria, porque em se tratando de Internet nunca se sabe – um encontro entre o teólogo brasileiro Leonardo Boff e o líder espiritual budista Dalai Lama. Boff é quem conta a história:

"No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos (eu e o Dalai Lama) participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:- "Santidade, qual é a melhor religião?" (Your holiness, what`s the best religion?)Esperava que ele dissesse: "É o budismo tibetano" ou "São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo." O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos - o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na pergunta - e afirmou: "A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, do Infinito. É aquela que te faz melhor."Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar: - "O que me faz melhor?"Respondeu ele: -"Aquilo que te faz mais compassivo" (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), “aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... Mais ético... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião..."Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável...”

Não sei a você, Marcelão, mas a Umbanda me mostra isso. Se eu não tivesse “sido escolhido” pela Umbanda, talvez tivesse seguido por outro caminho e escolhido outra religião. Ou talvez não. Na verdade isso não importa. E não importa porque sei que a Umbanda tem me feito melhor. Como eu vou saber que só a Umbanda e não outra religião me faria à mesma coisa? Não sei. Não vou saber nunca porque tenho fé na Umbanda e nos seus ensinamentos. Mas desconfio. Embora isso seja assunto para uma outra vez...


P.S. - Agradeço muito a quem já entrou, leu ou comentou nosso blog. Vamos participar, sugerir e interagir. O espaço é nosso...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

UMA VELA ACESA...


Qualquer um que acredita que há em si próprio alguma coisa além da matéria palpável e visível é um espiritualista. Mas é claro, que nem todo espiritualista acredita ou aceita a existência e a comunicação com os espíritos. Aí está a diferença, identificada por Kardec do espiritualista para o Espírita. Embora, é claro, que os preceitos espíritas sejam muito mais antigos que a doutrina elaborada por Alan Kardec no século XIX. Afinal, podemos encontrá-los de modo discreto ou acintoso no Budismo, no Hinduísmo, no Judaísmo, no Cristianismo, nas antigas Tradições Xamânicas e em diversas religiões já desaparecidas ou reaparecidas como é o caso da Umbanda.

A idéia deste blog NÃO É debater religiões. Entende-se que o interessado pelo que se escreverá aqui, mais do que um espiritualista é, ou pretende ser, um Espírita. Toda religião contém dois aspectos: o RITO (exotérico, aberto) e o MITO (esotérico, fechado). O aspecto esotérico sempre foi ensinado para apenas um pequeno grupo de iniciados, discípulos preparados para entender as questões mais profundas da vida através dos ensinamentos daquela religião. O ensinamento exotérico sempre foi mostrado às massas através de parábolas, histórias, rituais litúrgicos etc. Lógico, que esse ensinamento muda de acordo com a época e a cultura de cada povo e região. Portanto, não é necessário se aprofundar muito em qualquer religião para perceber que os grandes mestres do passado sempre conheceram, com exatidão, os princípios espíritas.


Neste novo tempo em que vivemos, é preciso levar, cada vez mais, os ensinamentos que antes eram de poucos para muitos. Parodiando o hino da Umbanda, “refletir a luz divina, com todo seu esplendor” é a nossa missão. A missão de TODO espírita. Mais precisamente do espírita umbandista. E para começar a refletir a luz divina, nossos guias e orixás nos ensinam, em toda sessão de desenvolvimento ou de caridade, que muitas vezes não precisamos de nada mais do que UMA VELA ACESA. Mas para isso precisamos conhecer e discutir cada vez mais nossa religião. Uma religião tão antiga e há tão pouco tempo revivida, mas que vem crescendo de uma forma tão bonita e arrebatadora. Lógico, sempre respeitando e reconhecendo também as outras religiões, já que elas também encerram grandes verdades, ainda que de forma oculta ou metafórica.

“Avante filhos de Fé, como a nossa Lei não há!”