'"Por que dizem, pois, os escribas que Elias deve vir primeiro?", ao que Jesus respondeu "Elias certamente há de vir, e restabelecerá todas as coisas. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram, antes fizeram dele o que quiseram". Então os discípulos compreenderam que lhes tinha falado de João Batista.'(Mateus, 17:10-13)
Segundo a maioria das pessoas sabe, a Igreja Católica, as Protestantes e os neo-Pentecostais costumam rejeitar a noção de reencarnação. O que a maioria das pessoas ignora, porém, é que historiadores isentos são quase unânimes em afirmar que os conceitos de reencarnação foram “apagados” dos textos cristãos no II Concílio de Constantinopla, em 553 d.C., sob influências do Imperador Justiniano, o que a Igreja Católica nega veementemente, alegando nunca ter tratado deste assunto e sim apenas condenado a pré-existência da alma.
Segundo fontes históricas, Justiniano era influenciado por sua esposa Teodora, filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizância, que como ex-cortesã convertida ao catolicismo, tinha medo de ter que pagar em outra vida pelos pecados desta, influenciando assim seu marido que também passou a temer reencarnar como um homem comum ou pior: um escravo. Justiniano declarou verdadeira “guerra” aos ensinamentos do exegeta e teólogo Orígenes (185-235 d.C.) que reconhecia abertamente o conceito da reencarnação, e convocou o Concílio, de onde só participaram 164 bispos, sendo que 159 eram da Igreja Ortodoxa Oriental, diretamente influenciados por Justiniano, o que garantiu a ele os votos necessários para fazer o que ele quisesse. Vale salientar também que, embora estivesse em Constantinopla, sob a “proteção” do Imperador, não foi o Papa Virgílio quem convocou o Concílio, sendo a ele apenas submetidos alguns documentos para ratificação papal, o que acabou validando a reunião.
É praticamente um consenso entre pesquisadores e historiadores fora do ambiente católico, que os atuais textos da Bíblia foram tremendamente adulterados ao longo dos séculos, o que acaba gerando críticas e uma verdadeira “guerra santa” de erudição teológica. Ainda assim, espíritas citam diversos trechos das Sagradas Escrituras para validarem seus argumentos. Passagens como: Isaías, cap. XXVI, v.19: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão". Ou ainda: Job, cap. XIV, v.10 a 14: "Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo". Tendo também clara referência à reencarnação em: S. Mateus, cap. XVI, v.13 a 17 - S. Marcos, cap. VIII, v. 27 a 30: "... porque uns diziam que João Baptista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que um dos antigos profetas ressuscitara...". Entre diversos outros. É claro que os modernos teólogos católicos alegam que estas passagens são sempre citadas fora de contexto ou ainda sujeitas a diversas interpretações. Os teólogos protestantes e neo-pentecostais, religiões que surgiram muitos anos depois, costumam assumir também a visão herdada da Igreja Católica.
É fato, porém, que na antiguidade, diversos teólogos da Igreja levantavam também essa questão. Alguns acreditavam que passagens do Velho Testamento só poderiam ser explicadas à luz da crença na reencarnação. Em favor da teoria reencarnacionista, São Gregório, Bispo de Nissa, afirmou que "a alma precisa purificar-se e isso não acontecendo durante a vida na Terra, deve ser realizado em outras vidas futuras". Santo Agostinho, no seu livro Confissões, chegou a interpelar a si mesmo: "Não vivi em outro corpo antes de entrar no ventre de minha mãe”? São Clemente, de Alexandria, também era adepto fervoroso da teoria da reencarnação e isso pode ser facilmente encontrado em muitos de seus escritos. E para finalizar, Orígenes, que foi seu discípulo e herdou sua cadeira na escola catequética alexandrina, sábio cristão e mestre da Igreja até ser declarado herege por Justiniano, dizia: "Todas as almas chegam a este mundo fortalecidas pelas vitórias ou debilitadas pelas derrotas de uma vida pregressa. O seu lugar neste planeta é determinado por seus méritos ou deméritos do passado".
Para quem quer saber mais:
O Mistério do Eterno Retorno - Jean Prieur
Reencarnação, O Elo Perdido do Cristianismo - Elisabeth Clare Prophet
Bíblia Sagrada de acordo com a Vulgata Latina
A seguir: A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (7): JUDEUS
Segundo a maioria das pessoas sabe, a Igreja Católica, as Protestantes e os neo-Pentecostais costumam rejeitar a noção de reencarnação. O que a maioria das pessoas ignora, porém, é que historiadores isentos são quase unânimes em afirmar que os conceitos de reencarnação foram “apagados” dos textos cristãos no II Concílio de Constantinopla, em 553 d.C., sob influências do Imperador Justiniano, o que a Igreja Católica nega veementemente, alegando nunca ter tratado deste assunto e sim apenas condenado a pré-existência da alma.
Segundo fontes históricas, Justiniano era influenciado por sua esposa Teodora, filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizância, que como ex-cortesã convertida ao catolicismo, tinha medo de ter que pagar em outra vida pelos pecados desta, influenciando assim seu marido que também passou a temer reencarnar como um homem comum ou pior: um escravo. Justiniano declarou verdadeira “guerra” aos ensinamentos do exegeta e teólogo Orígenes (185-235 d.C.) que reconhecia abertamente o conceito da reencarnação, e convocou o Concílio, de onde só participaram 164 bispos, sendo que 159 eram da Igreja Ortodoxa Oriental, diretamente influenciados por Justiniano, o que garantiu a ele os votos necessários para fazer o que ele quisesse. Vale salientar também que, embora estivesse em Constantinopla, sob a “proteção” do Imperador, não foi o Papa Virgílio quem convocou o Concílio, sendo a ele apenas submetidos alguns documentos para ratificação papal, o que acabou validando a reunião.
É praticamente um consenso entre pesquisadores e historiadores fora do ambiente católico, que os atuais textos da Bíblia foram tremendamente adulterados ao longo dos séculos, o que acaba gerando críticas e uma verdadeira “guerra santa” de erudição teológica. Ainda assim, espíritas citam diversos trechos das Sagradas Escrituras para validarem seus argumentos. Passagens como: Isaías, cap. XXVI, v.19: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão". Ou ainda: Job, cap. XIV, v.10 a 14: "Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo". Tendo também clara referência à reencarnação em: S. Mateus, cap. XVI, v.13 a 17 - S. Marcos, cap. VIII, v. 27 a 30: "... porque uns diziam que João Baptista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que um dos antigos profetas ressuscitara...". Entre diversos outros. É claro que os modernos teólogos católicos alegam que estas passagens são sempre citadas fora de contexto ou ainda sujeitas a diversas interpretações. Os teólogos protestantes e neo-pentecostais, religiões que surgiram muitos anos depois, costumam assumir também a visão herdada da Igreja Católica.
É fato, porém, que na antiguidade, diversos teólogos da Igreja levantavam também essa questão. Alguns acreditavam que passagens do Velho Testamento só poderiam ser explicadas à luz da crença na reencarnação. Em favor da teoria reencarnacionista, São Gregório, Bispo de Nissa, afirmou que "a alma precisa purificar-se e isso não acontecendo durante a vida na Terra, deve ser realizado em outras vidas futuras". Santo Agostinho, no seu livro Confissões, chegou a interpelar a si mesmo: "Não vivi em outro corpo antes de entrar no ventre de minha mãe”? São Clemente, de Alexandria, também era adepto fervoroso da teoria da reencarnação e isso pode ser facilmente encontrado em muitos de seus escritos. E para finalizar, Orígenes, que foi seu discípulo e herdou sua cadeira na escola catequética alexandrina, sábio cristão e mestre da Igreja até ser declarado herege por Justiniano, dizia: "Todas as almas chegam a este mundo fortalecidas pelas vitórias ou debilitadas pelas derrotas de uma vida pregressa. O seu lugar neste planeta é determinado por seus méritos ou deméritos do passado".
Para quem quer saber mais:
O Mistério do Eterno Retorno - Jean Prieur
Reencarnação, O Elo Perdido do Cristianismo - Elisabeth Clare Prophet
Bíblia Sagrada de acordo com a Vulgata Latina
A seguir: A CRENÇA UNIVERSAL NA REENCARNAÇÃO (7): JUDEUS
5 comentários:
De que adianta “Endeusar” e “Santificar” o “todo poderoso” “Papa” se ele próprio é conivente em omitir a verdade sobre a reencarnação e, também sobre muitos outros assuntos em que envolve a Bíblia e a própria Igreja? Os católicos preferem ignorar o fato, pois sabem que ao admitirem tal verdade, sua própria fé no cristianismo será abalada, não por não crerem mais em Jesus ou em Deus, mas sim porque passaram toda a vida sustentando uma tremenda mentira que é a de esconder a verdade, dizendo que não existe e ponto final. Proíbem e condenam o espiritismo, dizem que não existe, ora, como vão proibir uma coisa que não existe? Se é proibido é porque existe. Mas como disse uma vez o senhor Delmo Ferreira: “A Umbanda é a única religião que não tem apenas como base a fé, mas também a lógica”. Ou seja, todas as outras religiões baseiam-se apenas na fé e assim ficam cegas, não estudam e muito menos param para pensar, ou pensam e não admitem... É a única explicação.
Outra passagem que tem a reencarnação escrachada:
Jo 3,1-8: "Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um notável entre os judeus. À noite ele veio encontrar Jesus e lhe disse: 'Rabi, sabemos que vens da parte de Deus como mestre, pois ninguém pode fazer os sinais que fazes, se Deus não estiver com ele'. Jesus lhe respondeu: 'Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus'. Disse-lhe Nicodemos: 'Como pode um homem nascer, sendo já velho? Poderá entrar no seio de sua mãe e tornar a nascer?' Respondeu-lhe Jesus: 'Em verdade, em verdade, te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: deveis nascer de novo. O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito".
E eu me pergunto: Até quando a Igreja vai conseguir omitir as verdades?
Jesus podia mesmo voltar, como acreditam os Evangélicos, só assim saberíamos o que realmente se passou naquela época, pois a Bíblia de hoje já não pode ser chamada de sagrada, mas sim de “O Ex Livro Sagrado, Há Tempos Modificado Pelo Homem”. Como eu acredito que Jesus não vai reencarnar, cabe a nós mostrar-mos a verdade, mesmo que isso leve séculos. E é somente questão de tempo. O planeta Terra levou bilhões de anos pra chegar a formação que hoje ele se encontra, os dinossauros foram extintos e até hoje são encontrados fosseis que comprovam a existência deles, pra isso que servem os arqueólogos, pesquisadores e historiadores, eles tem um papel importantíssimo em tudo que envolve historia, religião é história.
Mas acho que além de mostrar a verdade, o importante é continuar sempre buscando fazer o bem independente de sua religião, estar próximo da família... Espiritualizar-se com você e com o mundo.
Acredito numa futura sociedade de Umbandistas, ou pelo menos espiritualistas universais.
Abraços a todos...
Saravá Umbanda...
Concordo com vc em algumas coisas, Demar. Mas saudavelmente discordo em outras. A Igreja Católica fez o que fez e o continua fazendo simplesmente porque além de uma instituição religiosa, o é tbm política e financeira como todos sabemos. Manter seus status quo é imprescendível para sua sobreviência, o famoso ditado "os fins justificam os meios", assim como foi para chegar até onde chegou. Não cabe a mim julgar nada nem ninguém, mesmo porque enxergo o bem maior q ela fez em um contexto geral da humanidade. E se hoje podemos cultuar nossos Orixás e termos o desenvolvimento espiritual que nos é permitido, sem dúvida devemos também ao catolicismo e suas noções morais, mesmo com seus erros e acertos históricos. Quanto à sua alegação de que "religião é história", me desculpe, mas não concordo. A busca pelo sagrado vai além da história, passa pela interiorização da alma e a respostas aos seus anseios mais íntimos. Embora devamos respeitar e aprender com a história, na Umbanda sabemos que a evolução é o que conta, não o olhar devotado ao passado, mas a esperança de maior iluminação no futuro! Abraço irmão, e mais uma vez obrigado pelo comentário e pela oportunidade de discordarmos e engrandecermos nossas opiniões.
Discordar em pontos cruciais sempre é bom pra chegar a uma conclusão Marcelo. Eu não crucifico a igreja católica porque também reconheço tudo de bom que ela fez pelo mundo, mas de qualquer forma eu não consigo apagar as coisas negativas. Quanto a referencia que fiz: “Religião é História”, descrevi de uma forma incompleta o meu pensamento. O que se trata de história envolve de certa forma uma parte da religião, seja ela qual for, e a minha colocação referente a isso relata o fato de serem comprovados histórica e cientificamente, muitos fatos que são até hoje rebatidos pelo catolicismo. Claro que não podemos esquecer o sincretismo religioso que foi e é fundamental até hoje na pratica da Umbanda e do Candomblé. Mas o que eu quis deixar bem claro é que o que ainda falta na igreja católica é deixar de ser uma hegemonia POLITICO-RELIGIOSA (coisa que eu acho difícil de acontecer) que mantém tudo trancado a sete chaves e esconde muitas verdades. Concordo com tudo que você falou, principalmente no que se refere a igreja ter mantido seu status até hoje . Posso até ofender algumas pessoas com estas minhas colocações, mas é o que eu acho, até mesmo o fato de eu ter ironizado o Papa não significa que eu não o respeito, muito pelo contrário, ele é o “Pai” dos cristãos, representante de Jesus na terra e está no mais alto grau da hierarquia católica, aonde quer que ele vá, será respeitado e reverenciado. Mas claro quando se trata de opiniões sempre haverão discordâncias...
Nunca pensei que seria tão empolgante comentar neste blog. Eu é que te agradeço Marcelo, pois cada vez que você fala algo, aprendo mais.
Abraço.
Issoê!!! Como a própria Umbanda, na diversidade está nossa força!!! Discordarmos é importante para ampliarmos nossos horizontes, entendermos novos pontos de vista e aprendermos com nossas diferenças! É assim, crescendo na pluralidade de rituais e linhas que a Umbanda sobrevive e floresce. Participe sempre irmão, a empolgação é toda minha!!! Qto a dita "hegemonia católica"... será que ela ainda existe realmente? Tenho lá as minhas dúvidas!!! Abraços....
Lá vamos nós...a hegemonia católica é só político-econômica, já que detém uma "maioria" dentro dos países mais ricos e influentes. O Islamismo é religião com maior número de adeptos há muito tempo.
Eu reconheço que a igreja católica contribuiu para o massacre de judeus na 2º guerra, para o massacre de milhares na "santa-inquisição", e outras "cositas más" porém, (é sempre tem um porém)levemos em consideração que não podemos condenar uma religião, baseados nos atos de alguns praticantes.
Nosso telhado é de vidro, basta ver quantas pessoas te olham "de lado" quando você diz que é UMBANDISTA. Porque o preconceito com a nossa religião? Simplesmente porque MUITOS dos adeptos da umbanda ou candoblé, saíram por aí fazendo " trabalhos de amarração" e afins.
Sempre é bom lembrar que toda a religião é perfeita na sua essência. Alguns seres humanos são os que, por diversas vezes deturpam os ensinamentos.
Creio que cabe neste comentário um trecho da nossa prece de encerramento.
"Senhor, somos cegos à vossa luz. Talvez porque seja grandiosa demais para nossas imperfeições..."
Assim somos nós, os seres humanos, idependentemente da religião. Imperfeitos, porém, tentando enxergar a luz...
Abraços a TODOS os seguidores e colaboradores deste tão querido blog!
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